terça-feira, 15 de maio de 2007

DÁ QUE PENSAR (I)


"Apesar de ser um jovem treinador rego-me desportivamente pelos valores morais e não sou treinador de minibásquete com a finalidade de vencer jogos, mas sim com a de formar os meus atletas, pessoalmente e desportivamente. Contudo, tenho verificado uma situação algo constrangedora, que achei importante transmiti-la, situação essa que são os roubos de bola nos jogos de minibásquete, nomeadamente no escalão de minis A. Não estou a querer com isto criticar seja quem for, quer sejam árbitros (aliás até lhes reconheço o valor), quer sejam clubes, quer seja até mesmo a Associação, apenas quero manifestar o meu desagrado para com a situação anteriormente referida. É do meu conhecimento que um Treinador não se deve reger pelas emoções e como tal, não o tenho feito, contudo também sei que um Treinador se deve "pôr á frente" dos seus atletas para os proteger de um eventual perigo e como tal, estou a escrever este e-mail, pois estou a braços com uma situação francamente aborrecida. Tal como aprendi no curso de treinador que tirei e nas acções de formação a que tenho assistido, tenho comunicado ao longo dos treinos e jogos aos meus atletas, o impedimento de eles efectuarem roubos de bola, porém eles têm sido confrontados com uma realidade completamente antagónica nos encontros de minibásquete em que têm estado presentes, pois sofrem constantemente roubos de bola. Como resultado disto, sou confrontado com queixas e questões por parte dos meus atletas, como por exemplo, "se eles roubam a bola porque não posso também?" e "não conseguimos jogar porque nos tiram a bola!", que de facto são questões perfeitamente banais, pois é lhes lembrado praticamente todos treinos e jogos. Perante uma situação destas, em que a minha equipa se encontra desmotivada para jogar, o que faço? ensino-lhes a roubar a bola? (mesmo contra os meus princípios e contra o que aprendi?), sigo a velha máxima "para situações extremas, medidas extremas"? ou então continuo a transmitir-lhes os mesmos ensinamentos, os mesmos saberes, mesmo sabendo que a sua motivação e evolução estarão em perigo? Para finalizar, gostaria de agradecer a atenção e comunicar que com isto, não pretendo criticar destrutivamente nada nem ninguém, mas apenas dar a conhecer a minha opinião e a minha situação para que esta seja rectificada e mais uma vez como Treinador tenho o dever moral e desportivo de defender a minha equipa. E pegando na sigla da Associação "Somos uma equipa - Unidos pelo Desporto, Unidos para vida", assim pretendo estar no Basquetebol, fazendo parte dessa equipa que tem como objectivo a evolução do Basquetebol na minha região e no meu país e manter uma relação saudável com todos, sem rivalidades e, por isso achei também importante comunicar tudo isto, pois é sem dúvida, importante para o desenvolvimento do Basquetebol e Minibásquete no nosso país, nomeadamente na nosso distrito."
(texto publicado no Blog do Comité Distrital de Minibasquete de Aveiro)