sexta-feira, 6 de junho de 2008

A perfeição não existe

A propósito da intensa actividade registada nesta ponta final de época no distrito de Coimbra pelo Minibásquete, recebemos este texto "suplementar" de San Payo Araújo. Mais um contributo do Director-Técnico do Comité Nacional de Minibásquete para o reforço deste escalão vital para o salutar desenvolvimento das crianças e para o desejado crescimento da modalidade.

Elogio ao Minibásquete em Coimbra

A perfeição não existe


Quando nos torneios e convívios em que vou participndo observo alguns comportamentos, felizmente não muitos, de alguns treinadores de minis, se não exclusivamente, pelo menos excessivamente preocupados com as vitórias, apetece-me plagiar o Bruno Nogueira num conhecido slogan publicitário:

“Perfeito, perfeito… Só o minibásquete sem crianças”.

- "O jogo até é giro, mas as crianças atrapalham comó caraças", acrescento eu.

Quem me conhece sabe que (é minha convicção profunda) ensinar minibásquete terá de ser forçosamente educar. Se há domínio onde a perfeição não existe é nomeadamente na educação. Educação quer dizer etimologicamente (ex para fora) duco (conduzir). Ou seja, quem educa conduz para fora capacidades que existem dentro das crianças. Este é um processo que, por melhor conduzido que seja, apresenta sempre alternativas. Para os filhos, os melhores pais do mundo poderiam nalguma situação, nalgum ponto, ter sempre feito as coisas de outra maneira; ara os alunos, os reconhecidamente melhores professores poderiam ter sempre feito melhor nesta ou naquela situação. A perfeição não existe. O que é necessário é qualidade e a qualidade não é perfeição. A qualidade é melhoria permanente. Nesta perspectiva, apenas temos que perceber que o mais importante é esforçarmo-nos por fazer sempre melhor.
Agora com a Festa de Encerramento do minibásquete da Associação de Basquetebol de Coimbra já no horizonte há sempre a consciência que a época poderia ter sido melhor. Numa perspectiva mais exterior, com as vantagens e as desvantagens que daí resultam, posso dizer parabéns a todos os envolvidos neste processo. Do que me é dado a perceber, o minibásquete em Coimbra é alvo de muita reflexão, tem vitalidade e tem vindo a melhorar, o que é o mais importante.
Pode haver sempre um grau de injustiça quando se faz o reconhecimento público, por nos podermos esquecer de alguém que também o mereça. Contudo, para quem como eu faz tanto apelo ao reconhecimento do elo humano, ainda mais injusto é, por receio de criar melindres, não se manifestar.
Pela parte que me toca, tem sido um prazer conhecer pessoas que pelas mais diversas razões se cruzaram comigo e que de uma forma ou outra estão envolvidas no minibásquete.
Neste meu reconhecimento, naturalmente subjectivo e reflexo da minha sensibilidade, terei de começar obrigatoriamente pelo José Manuel, Presidente do Comité Distrital de Minibásquete de Coimbra, pela sua educação, trato e amabilidade de estar sempre presente quando sou convidado a ir a Coimbra. Para não me alongar muito vou juntar as pessoas em grupos com alguma afinidade. Nos dirigentes gostaria de mencionar o empenho que sinto em pessoas como Moura Távora, Carlos Ângelo, Luís Calheiros. Nos blogues e nas participações em comentários, muitas vezes estimulantes, porque nos obrigam a reflectir, vêm-me à memória nomes como Carlos Gonçalves, Fred, Alexandra, João Cortez Vaz e Tiago Órfão.
No trabalho nos clubes, por aquilo que me vou apercebendo, nomeadamente por informação dos diversos blogues e sites, que costumo consultar, são-me familiares nomes como Sofia, Nito, Mário Ramos, Eduarda Lopes, André Costa, André Calado e Cavaleiro. Na influência e importância que tem na realização desta Festa de Encerramento na Lousã, o Alcindo Quaresma.
Termino com pessoas que, por diversos motivos tenho tido contacto mais directo, para elogiar a Marina, pela sua prestação no Jamboree de Minde, o Cordeiro pela sua jovialidade e enorme disponibilidade em acompanhar os minis para todo o lado do país, o Jaime Silva por quem nutro enorme admiração, e a Isabel Lemos, pela sua sensibilidade para esta área, tantas vezes ignorada noutras Associações.
Não poderá ser nominal, pois não os conheço, mas não quero deixar de referir todos os pais que percebem a importância da actividade desportiva na educação dos seus filhos.
Nota:Já depois de ter enviado o texto lembrei-me dos comentários do Miguel Cunha, que muito me sensibilizaram, nomeadamente no texto sobre a homenagem aos monitores, pelo que aqui estou a reparar uma injustiça, de na participação nos blogs, não o ter mencionado. São os riscos a que me referia...
(texto retirado do Blog do Basquetebol Conimbricense)