Num fim-de-semana dedicado à formação de treinadores, o
sector minibasquete teve também uma sessão, que decorreu em Montemor-o-Velho
com a participação de 17 treinadores de vários clubes do distrito e dois estagiários
da Faculdade de Desporto da Universidade de Coimbra que estão a trabalhar no
agrupamento de escolas de Montemor.
João Pedro Gonçalves, do corpo de formadores da ABC, foi o
prelector que veio abordar um tema sugerido em reunião de comité distrital de
minbasquete – “A intervenção do treinador no jogo.”
De uma sessão extensa e com várias intervenções dos
treinadores presentes, destacamos alguns pontos.
Como introdução, foram referidas as qualidade intrínsecas do
jogo de minibasquete, que atraem e cativam as crianças para a prática
desportiva de uma forma que promove a igualdade de oportunidades e ajuda a
incluir. Assim, cada treinador deve saber olhar para os seus atletas de forma
individualizada no que diz respeito à sua participação, sendo a equipa uma
forma de desenvolver os valores de vida em grupo. A sua intervenção deverá ter
sempre em conta que cada criança é um indivíduo com as suas necessidades e
motivações.
Entrando no tema mais específico do jogo, o treinador deve
orientar a sua intervenção tendo como base a ideia de que os desafios colocados
pela competição servem para avaliar o nível dos atletas e da equipa e para
continuar a treinar.
Assim, é importante planear a intervenção, tal como se
planeia o treino. Desde a definição da imagem e atitude que se quer para a
equipa (e o treinador deve ser o exemplo disso), até aos objectivos técnicos individuais
e colectivos.
Dadas as características destes escalões etários, é
fundamental que o treinador tenha a capacidade de definir prioridades e se centre
sobre elas. O jogo tem inúmeros erros, naturais nesta fase de aprendizagem, e fazendo
intervenções sobre tudo não estará a dar prioridade a nada.
Uma intervenção focada no que o atleta fez bem, é motivadora
e incentiva à repetição do comportamento desejado, deve por isso ser assim a
maioria das intervenções. Inclusive quando se pretende dar informação sobre um
erro, a melhor forma é focar a atenção da criança sobre como poderia ter agido
naquela situação específica.
Algumas estratégias para melhorar a comunicação foram também
referidas, o contacto físico, a proximidade, a atenção centrada na criança a
quem estamos a falar e a disposição de toda a equipa e do treinador quando se
quer transmitir calma e ajudar os jogadores a abstrair do que se passa fora de
campo.
Por fim, e quanto aos comportamentos e atitudes, é preciso
especial atenção às particularidades do dia de competição. Assim, as regras
devem ser definidas em treino e devemos ter o cuidado de definir regras que
podem ser cumpridas. No dia de jogo, qualquer situação fora do aceitável deve
ser controlada e parada no imediato, mas a melhor forma de minimizar possíveis
consequências difíceis de gerir é deixar a resolução e esclarecimento da
situação para mais tarde. Tanto atletas como treinadores como pais estão fora
do seu ambiente e rodeados de observadores num contexto que aumenta a pressão
sobre todos.
Numa tarde dedicada ao minibasquete, a presença e
participação activa de vários treinadores foi um sinal positivo para a
actividade distrital.
Estiveram presentes Nuno Mendes e Carlos Tavares do Sporting
Figueirense; Rui Chicória, Gonçalo Melo e Jaime Silva do Olivais; Ana Estevão,
Maria José Alves e Daniel Gil do União de Buarcos; António Craveiro do
Lousanense; Pedro Santos do Basket de Condeixa; Fernando Santos da Académica de
Coimbra; João Mendes do Ginásio Figueirense; Bernardo Monteiro, Rui Fernandes e
Vasco Azenha do Clube Infante de Montemor, Tayara Diniz e Gildo Freita da
Faculdade de Desporto da UC.
A sessão decorreu em parceria entre Associação de
Basquetebol de Coimbra e Clube Infante de Montemor.